4 de jan. de 2010

Aí sim, fomos surpreendidos novamente: Biografia de Slash esclarece muitas dúvidas que os fãs gunners tem à muito tempo sobre o fim da banda original.



O livro “Slash” lançado em 2008 pela Ediouro no Brasil relata toda a vida do Guitarrista desde os primeiros meses de vida em Stoke-On-Trent, Inglaterra, onde nasceu, até a última turnê mundial com o Velvet Revolver. Ao decorrer da leitura é possível perceber algumas informações de como foi os dias de desentendimentos da banda entre 1994 à 1997: quando saiu o último membro original da banda.
Slash em algumas partes do livro como no capítulo 5(“Azarões”) dá umas alfinetadas em seu ex-companheiro de banda, Izzy Stradlin: “Agora sei que sair em disparada é o mecanismo de defesa de Izzy quando acha que as coisas não estão muito bem: ele nunca faz estardalhaço em torno disso, apenas sai e não olha para trás”, como aconteceu em 1991 quando Stradlin saiu de uma hora pra outra do Guns N’ Roses em plena “Use Your Illusion World Tour”.
Mudando rápido de assunto, até dá para concordar com a saída de Izzy, pois não estava satisfeito mesmo com o que a banda estava tornando, para Izzy seria muito melhor continuar tocando nos famosos “clubs” de Los Angeles do que fazer do Guns N’ Roses uma “empresa”, como estava sendo feito no começo dos anos 90.
Voltando ao livro, Slash não fala tão mau de Axl como parece, para ele Axl é uma pessoa “sensível, introspectiva e que passava por acentuadas mudanças de humor”. Por essa “classificação”, Slash justificaria muitas atitudes futuras e consideradas por ele como erradas. Slash também diz que o que unia ele e Axl era o espírito de “baderneiros” desde que não prejudicasse o profissionalismo, coisa que Axl deixou que suas atitudes prejudicassem muito seu trabalho como atrasos em shows, prisões e brigas. Ele ainda conta como foi a entrada no Guns N’ Roses e que via na figura de Izzy um “amortecedor” em relação ao frontman da banda. “Axl e eu nos entendíamos bem de várias maneiras, mas tínhamos diferenças inatas de personalidade” reforça o guitarrista.
Em outro capítulo, já quando a banda estava prestes a gravar o primeiro cd, Slash menciona como foi o primeiro contrato com a Geffen (gravadora do Guns N’ Roses) em 1986. E a partir desse dia, com a entrada de Tom Zutaut como empresário da banda, o grupo começaria uma guinada vindo a se acabar ao decorrer do tempo. “Nós deixamos de ser mais um bando de desordeiros sem nada a perder, passando a ser desordeiros com apoio corporativo”.
O livro também relata como a banda conheceu o músico West Arkeen, que os apresentou “as maravilhas do mundo da cocaína”, e que por ironia do destino, após algumas parcerias com o Guns, o mesmo morreu por overdose em meados dos anos 90. É, parece que Arkeen descobriu mesmo “as maravilhas da cocaína”.
Como foi dito, Slash não parece que tem tanto rancor assim de seu ex-companheiro de banda, Axl Rose, se tem, não é mencionado no livro porque muitas vezes ele o elogia como nessa parte: “Axl sempre era capaz de pegar uma melodia simples de Izzy e transformá-la em algo fantástico”. No decorrer do livro tem um certo equilíbrio entre críticas e elogios.
Falando um pouco sobre o começo, Slash conta que por causa do sucesso de “Appetite For Destruction” apareceram e eles fizeram muitas turnês, inclusive ao lado de muitas bandas famosas como o Mettalica e ao mesmo tempo criticava a banda dizendo que a “camaradagem” um com o outro era grande apenas na divulgação do álbum, e que no resto do tempo a banda se desestruturava e chega em uma das horas mais importantes do livro, quando credita e assume que a falta de companheirismo que acabou com a formação clássica da banda. E ainda dá mais uma alfinetada em Izzy Stradlin: “Izzy era o Grande Instigador. Era capaz de semear a discórdia sem se envolver”, dispara, citando desentendimentos com uma pessoa com a qual conviveram na época. E falando mais um pouco do fim da banda, várias vezes Slash filosofa sobre Axl, considerado pela maioria o “culpado” pelo fim da formação clássica do Guns N’ Roses: “Existem certos protocolos que Axl não segue. Uma vez que não habita o mesmo espaço mental que as outras pessoas, as normas aceitáveis não lhe ocorrem”, aponta o guitarrista. “Axl é super-inteligente e, ainda assim, vive num lugar onde a lógica que governa outras pessoas não se aplica. Não se dá conta do inconveniente que suas escolhas podem ser para os outros”.
Em outros capítulos que relatam mais o começo do declínio, Slash fala que já em 1989, aquela motivação toda em tocar já não existia mais, pois não precisavam mais “trabalhar tanto” pra sobreviver. Aquela altura os membros já estavam se distanciando muito por causa dos efeitos “nocivos” da fama.
E para esclarecer o resto das dúvidas desse “dossiê” sobre o fim da banda original slash diz: “Não era culpa de ninguém, fizemos o melhor que pudemos. Éramos uma banda fora de controle com algum resquício de inteireza que perdera a habilidade de canalizar tudo de maneira adequada. Simplesmente não falávamos a mesma língua”.
Bem pessoal, essa é uma explicação bem mais adequada do que a maioria que diz que Axl simplismente “acabou” com a banda e que ele achava que o Guns era seu projeto solo. Certo; ele poderia até achar isso, mas se isso alguma vez veio na cabeça dele é porque todos os outros membros da banda deixaram acontecer.
Essa matéria foi feita para tentar esclarecer um pouco das dúvidas de todos os fãs do Guns N’ Roses e tentar mostrar pelo menos a versão de Slash dos fatos.

Um comentário:

  1. bela análise do livro do Slash, acredito eu também que essa versão seja a mais provavel

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